terça-feira, 15 de abril de 2014

A ENTREVISTA Stan Lee

STAN LEE
* Tom Russo
A ENTREVISTA
Stan Lee tem dificuldade em apontar coisas. Não importa que tenha um dom quase mágico de bolar personagens e foi o responsável não só pelo surgimento do Universo Marvel,mas de boa parte do imaginário popular da última metade do século.
Quando chega a hora de apontar o melhor artista entre a infinidade de lendas com quem trabalhou, ele enrola, faz que vai, não vai e tira o time de campo. E, enquanto os fãs perguntam o tempo todo sobre o que está segurando os projetos da Marvel para o cinema, Lee insiste que as razões dessa demora não são fáceis de se  explicar. Fazer o fundador da Marvel falar de sua companhia ou do panorama da indústria é como tentar atirar no Mercúrio, do X-Factor. Atualmente, o lançamento da Excelsior, uma linha de super-heróis independentes para a Marvel que ele vai editar em seu escritório de Los Angeles, é um dos projetos que mais tem ocupado Stan Lee. Numa tarde de setembro na praia de Malibu, durante os preparativos para uma viagem a Nova York, onde faria uma participação especial no filme Mallrats, o grande guru dos quadrinhos sentou-se com a WIZARD para dar sua entrevista definitiva.

Wizard : Fale sobre o que mais você fez antes de se estabelecer nos quadrinhos.
Stan Lee : Bem, comecei a trabalhar com 15 anos. Ainda cursava o colegial e arranjei um emprego de meio período entregando sanduíches em Nova York. Em todas as entregas, eu saía disparado. Todos os outros entregadores andavam devagar e me diziam: “Por que você está se matando?”. E a minha resposta: “ ESTOU DESCOLANDO GORJETAS!”. Eu pensava: “Esses caras  são idiotas. Com as minhas corridas, faço duas vezes mais entregas do que eles e embolso duas vezes mais gorjetas”. E nunca mais parei de correr.

Pra onde você correu em seguida?
Ah, tive um monte de outros empregos. Com 16 anos, fui lanterninha num grande cinema na Broadway chamado Rivoli. Naquela época, ser lanterninha era como ser cadete da academia militar de West Point. A chefia te inspecionava quando você se apresentava ao trabalho pela manhã. Um dia, Elanor Rooosevelt foi ao nosso cinema e, adivinha! Foi direto até a minha fileira. Como fiquei orgulhoso... Eu estava indicando o caminho da mulher do presidente. Empinei o queixo e fui andando. Mas algum cretino botou o pé na frente e eu cai de cara. Só sei que, quando abri o olho, a primeira-dama colocou as mãos nos meus ombros e disse: “Precisa de ajuda, mocinho?”.
UAU!

Seja como for, depois eu vi um anúncio no jornal: PROCURA-SE ASSISTENTE EM EDITORA.
E esse classificado era da Timely Comics, que tempos depois se tornou a Marvel.

Exatamente. E acho que fui o único que respondeu ao classificado, porque descoleio emprego. Eu nem mesmo sabia que se tratava de uma editora de histórias em quadrinhos, mas imaginei: “Vou aceitar o emprego,ganhar experiência e cair fora”, Nunca mais saí de lá . E está é a história da minha vida ( risos ).
Mas você não tinha algum parentesco com Martin Goodman, o sujeito que fundou a Timely?

Ele era marido de uma prima minha. Esse foi o máximo de parentesco que tivemos ( risos ). A gente nem se conhecia.
 Isso era por volta da Segunda Guerra Mundial. Quando você serviu o exército?

Me a listei no exército com uns 18 anos. Acho que já estava trabalhando pro Martin a pouco mais de um ano. Pensei que ia pro estrangeiro, mas alguém descobriu que eu trabalhava com quadrinhos. Daí me mandaram pra Astoria, em Queens, onde o exército tinha uma divisão de cinema. Fui escrever roteiros de filmes de treinamento manuais de instrução, mas também desenhei um cartun que deve ter sido um dos mais famosos da Segunda Guerra. Me pediram  pra fazer um pôster convencendo os soldados a irem a uma estação de tratamento caso  tivessem andando com alguma menina. Agora, me diz como colocar isso num pôster?
Ou em qualquer pôster!

Bem, desenhei um cartum de um soldado a caminho da estação, sorrindo orgulhosamente. Então pus um pequeno balão sobre sua cabeça com os dizeres: Doença Venérea? Comigo Não!. Devem ter distribuído 200 trilhões desse pôsteres. Eu ganhei a guerra sozinho ( gargalhada ).
Não foi extamente um Sargento Fury. Mas mudando de assunto de volta ao front doméstico, qual era o tamanho da Timely naquela época?

Ah, quando cheguei lá, era só o Joe Simon e Jack Kirby. Jack era o artista e Joe, o editor. E como a Timely não tinha muto mais funcionários além dos dois, o Martin Goodman comprava material artística adicional da Funnies, Inc. O Tocha Humana e o Príncipe Submarino foram comprados da Funnies.
Você progrediu rápido depois que foi contratado?

Eu era jovem e não tinha experiência com publicações, por isso no começo só entregava recados. Mas comecei a participar do processo criativo muito rápido Joe e Jack me davam revisões para fazer e eu pensava com meus botões: “Nossa, eu também posso escrever isso”. Então acabaram, me pedindo pra escrever algumas coisa e foi assim que me tornei roteirista. E não muito tempo depois da minha chegada Joe e Jack saíram. O Martin precisou de alguém para substituir Joe como editor e me perguntou: “Você acha que pode encarar o trabalho enquanto procuro um adulto?”. Quando se tem 17 anos, a gente acha que pode tudo! Eu disse claro e me tornei editor. Ao que parece Martin não encontrou mais ninguém, porque fiquei no cargo até me alistar. Depois, voltei e trabalhei como editor, diretor de arte e roteirista-chefe até me tornar Publisher em 1972.
Fanboy  tornou-se um termo muito popular neste ramo. Você era essencialmente um fanboy anos atrás ou havia um tipo diferente de entusiasmo pelos quadrinhos naquela época? ( Nota do tradutor: “fanboy” é a maneira de se designar um fã de quadrinhos que acaba trabalhando na área ).

  Sabe de uma coisa, não acho que era diferente de hoje. Atualmente, a maioria das pessoas está no ramo porque são fãs e, naquela época era  a mesma coisa. Eu era um grande admirador do Jack. Adorava Capitão América. Quando comprei uma edição pela primeira vez não dava pra acreditar. Estava muito à frente de qualquer outra coisa. E Joe e Jack eram os caras que tinham produzido aquela revista. Por isso, quando apareci pra trabalhar pra eles, fiquei muito, muito impressionado. Eram os meus deuses.
Muita gente não sabe que seu verdadeiro nome e Stanley Lieber, não é mesmo?

Bem, eu sou Stan Lee há tanto tempo... mas é isso mesmo. Meu nome era Stanley Martin Lieber. Um nome adorável. Poético! Mas, quando comecei a escrever gibis, achava que ainda escreveria o “Grande Romance Americano” e quis guardar o Stanley Martin Lieber pra isso. Daí, cortei meu primeiro nome na metade e pensei: “Vou usar esse pros gibis, porque é só um emprego temporário”. No fim, fui ficando e cada vez mais gente passou a me conhecer como Stan Lee. Que é um nome bem ridículo...
Já se escreveu que, nos anos 50, quando a indústria começou a capengar você estava pra deixar os quadrinhos.
Trabalhei pro Martin Goodman todos aqueles anos e foi muito bom. Ele entendia do assunto, mas achava que os quadrinhos eram um meio de comunicação apenas pra gente muito jovem. E eu estava cansado de escrever roteiros simplistas com palavras que jamais excediam duas sílabas. Finalmente, em 1960, disse à minha esposa: “Joan, eu  quero cair fora”. Ela respondeu: “Sabe Stan, você sempre disse que gostaria de escrever histórias diferentes . Por que não faz isso e edita uma revista do jeito que você quer? O pior que pode acontecer é o Martin te demitir. E você quer pular fora de qualquer jeito, né? Então o que tem a perder?”. Foi por este motivo que nós começamos o assim chamado Universo Marvel. Tudo culpa da minha mulher.
De onde você tirava tanta inspiração para todos esses personagens?
Nem imagino de onde vinham as idéias. Se eu pensar a respeito, quem sabe descubra.

Bem que tal os X-Men?
Essa é fácil! Na época em que fiz os X-Men, eu já havia esgotado os meios dos personagens adquirirem seus superpoderes. O Homem Aranha tinha sido picado por uma aranha radioativa. O Quarteto Fantástico, atingido por raios cósmicos. Thor era um deus e ponto final... Então disse: “Vou facilitar as coisas pra mim. E se as pessoas simplesmente nascessem desse jeito? E se fossem mutantes?”. Isso não é nada. É só uma idéia. O importante é  bolar personagens que os leitores gostem. Você pode ler a maior trama do mundo, mas se não tiver interessado nos protagonistas , a história não vai significar nada. E pra mim criar personagens é a coisa mais divertida do mundo, até mais do que escrever. Essa é a razão porque sou um escritor tão rápido. Quanto mais rápido redijo, mais cedo termino. É provavelmente a única razão porque fiquei tanto tempo nos quadrinhos. Tive um monte de ofertas para escrever livros e roteiros de filme, mas a idéia de redigir alguma coisa que me ocupasse por dias e semanas sempre foi aterradora. Gibi, a gente escreve em um dia e depois acaba. Claro que na manhã seguinte, tem que começar tudo de novo e ainda assim, nenhum projeto dura mais do que um dia ou dois.

De onde veio sua marca registrada de dizer Excelsior?
Adoro expressões . A primeira que usei bastante foi “nuff Said”. Aí eu percebi que revistas concorrentes também andavam usando o mesmo. Então pensei: “Dane-se. Vou bolar outra expressão”, Mas tudo que eu criava, pouco depois começava a pulular em outras revistas. Por isso finalmente optei por Excelsior. Imaginei que ninguém mais usaria, porque nem mesmo sabiam que diabos significava a palavra. Nos tempos do rei Arthur queria dizer sempre pra cima.
Muito bem, prepara-se. É chegada a horas do terrível jogo de associação de nomes.
Ah, eu sou terrível nessas coisas, mas tudo bem.
Jack Kirby
O mestre
Steve Ditko
O gênio sem igual.
John Romita Sr
O melhor que há
John Buscema
O Michelangelo dos quadrinhos. Ele não tem um estilo chamativo, por isso não tem tantos fãs quanto alguns outros, mas pode desenhar qualquer coisa e melhor do que ninguém.
Vamos, Stan. Agora abra o jogo. De todos os artistas com quem você trabalhou, quem é o seu favorito? O Buscema?
Ah, eu trabalhei com tantos. Teve o Steranko. O Barry Windsor-Smith. Depois, Gil Kane, Ross Andru, Joe Sinnott...
Tudo bem, mas agora você tem que nos dizer quem é seu personagem preferido.
Eu teria  que dizer que meus dois personagens favoritos são o Homem Aranha e o Surfista Prateado. O Homem Aranha, porque se tornou tão famoso e nos identificamos muito. O Surfista Prateado, porque sempre adorei botar, na sua boca, um montão de coisas que realmente expressavam muito da minha filosofia de vida.
Dizem que o primeiro título do Surfista Prateado foi cancelado em 1970 porque Martin Goodman teria dito: “Vamos alterar o personagem. Chega de filosofada”.
Isso mesmo. Eu preferi cancelar a revista. Mas sempre tive sorte com o Surfista. Kirby criou o personagem e fez um trabalho magnífico. Depois, veio o Buscema, que foi fantástico. Então, fiz aquela edição especial com o Moebius e achei o cara brilhante. É, tenho muito orgulho do Surfista. Na verdade, gostaria que ninguém mais tivesse posto a mão nele. Mas, depois de um tempo a Marvel decidiu trazer o homem de volta. Eu não tinha tempo de escrever e não teria sido justo fazer um escândalo federal e dizer: “Não ,não,não façam isso”. Pelo menos, sei que escrevi todas as primeiras histórias. Pra mim, é nelas que está a quintessência do Surfista Prateado.
Por falar nessa primeira histórias, elas suscitaram novo interesse, uma vez que Jack Kirby não parava de dizer que talvez você tenha recebido crédito demais enquanto ele nem tanto.
Pode ser verdade, Jack merece grande parte do crédito. Não acho que aquelas histórias teriam sido o sucesso que foram sem a mão dele. A sua arte era um grande fator de inspiração pra mim. Quando Jack desenhava uma história ele sempre acrescentava coisas que não tínhamos discutido antes. Nunca tentei diminuir o mérito do seu trabalho. Quanto ao fato de eu ter crédito demais, quem sabe? As palavras que você lê em todas aquelas histórias eram minhas. Eu dizia: “Jack, bole um personagem chamado Hulk. Ele tem que ser deste e desse jeito. E assim por diante, com todas as revistas”. Depois que começávamos, Jack dava contribuições enormes aos roteiros. E , mais tarde, alguns roteiros. E, mais tarde, alguns roteiros eram inteiramente dele. Uer dizer, o homem simplesmente me trazia vários argumentos e eu nem ligava. Ele era tão bom , que escrever o texto final era muito divertido pra mim. Sempre achei que tínhamos um relacionamento de trabalho maravilhoso.
Como você definiria seu papel na Marvel hoje?
Na Marvel Comics, ainda sou Publisher e diretor , mas é um título mais honorário do que qualquer coisa. Sempre achei que, se você não tem responsabilidade , não deve exercer autoridade. Se as coisas vão mal na Marvel Comics, ninguém pode me culpar. Então, não é justo que eu tente dizer a quem está no comando o que fazer ou como fazer. Por isso, apenas ofereço consultoria e tento ajudar as equipes criativas da melhor maneira possível. Na Marvel Films, sou o co-produtor executivo de todos os nossos filmes, projetos de TV e desenhos animados. Trabalho com Avi Arad ( presidente da Marvel Films ) e nós dois iniciamos esses projetos tentando trabalhar com osmelhores roteiristas e diretorese lutar pra que tudo seja colocado nos melhores estúdios.
Você disse que parte do apelo de redigir um gibi é o desfecho rápido. Os filmes são um negócio onde as coisas andam muito lentamente...
Mas a gente aprende. Quer dizer, você tem que viver com as regras. Já me disseram: “Você não acha péssimo não ser dono dos personagens que criou?”. Eu não me sinto mal porque aquelas eram as regras quando criei todos eles. Sempre vivi de acordo com elas. E já aprendi quais são as regras em Holywood. É assim que os filmes são feitos. Por isso, se você fica conhecendo os bastidores de um projeto, vê que demora cinco, seis, oito anos desde o momento em que alguém escreve o roteiro até as estréia do filme. Alguns deles andam rápido, como O Máskara. Você tem Jim Carrey, um bom roteiro , o estúdio certo e, em um ano ou dois, está tudo pronto. São exceções.
Você encomendou meia dúzia de seus scripts a David Goyer, o roteirista da continuação de The Crow. Ele parece ser um sujeito talentoso mas não é ruim deixar tanto material com um só roteirista?
Não, não. Ele é muito rápido e muito bom. Se der conta do recado, ótimo. Na hora em que entregar um roteiro ruim, a gente não compra . Eu tive mesmo problemas anos atrás quando trabalhava pro Martin Goodman. As pessoas diziam “Por que você deixa o Stan escrever tantas revistas?”. E ele respondia: “Ora as histórias são boas. Quando deixarem de ser ele não escreve mais”.
A verdadeira força da Marvel Films até o momento foi a animação. Como você classifica X-Men e os desenhos animados que vieram depois dele?
Eu estava assistindo ao X-Men outro dia e fiquei pasmado de ver que depois de três anos, os episódios  parecem tão novos e empolgantes quanto no início. Em seguida veio o Homem-Aranha e, no primeiro anos, já é uma tremenda série. Isso é bom demais. E acho que todo mundo vai ficar impressionado com os desenhos animados na próxima temporada da Marvel Action Hour. Ela está à altura de X-Men  e Homem Aranha. É uma série totalmente diferente desta temporada.
Houve mudanças na equipe criativa da Marvel Acton Hour?
Sim. Mudamos todos os que estavam produzindo o show. Do pessoal produzindo o show. Do pessoal que faz os storyboards e layouts ao diretor, são todos novos. Vi alguns dos primeiros desenhos e são maravilhosos.
O que você acha  da situação dos quadrinhos hoje?
Tenho muito orgulho dos rapazes da Marvel. Acho que há muitas idéias novas e um monte de surpresas nas revistas. Você lê os fanzines e algumas pessoas dizem: “A gente não gostou desse história, de clonagem do Homem-Aranha”. Bem. Você pode não gostar, mas vendeu. Gerou muito interesse. E acho que a saga Age of Apocalypse nas revistas dos X-Men foi brilhante. Obviamente,as histórias estão bem mais violentas e sombrias do que anos atrás, mas o mundo está mais violento e sombrio.
Mesmo aasim, recentemente a Marvel cancelou um monte de títulos. Você acha que o surgimento da Image Comics em 1992 deixou um vácuo de talentos.
Umas das coisas mais sensacionais no ramo das histórias em quadrinhos é que ele cresceu tanto e tem um número tão grande de jovens querendo  ser artista  e roteirista que não há mais escassez de talentos. Todo dia aparece um guri genial de 18 anos batendo na porta, louco para desenhar ou escrever um revista. Talvez eu esteja bancando cretinamente a Poliana, mas desejo toda a sorte do mundo a Image. Eles são todos rapazes simpáticos e talentosos e triunfaram em quase tudo que fizeram. Acho isso ótimo.
Em nenhum momento de sua carreira você sentiu um desejo ardente de trabalhar para a concorrência?
Anos atrás quando as histórias de super-heróis não apreciam estar indo a parte alguma adoraria ter escrito Super Homem, Batman e Mulher Maravilha. Agora esses personagens não parecem mais precisar de mim, mas eu sempre pensava: “Rapaz, aposto que deixaria esses caras populares de novo. Hoje acho que me divertiria escrevendo Lobo”.
De todas as histórias que você escreveu, qual é a sua favorita?
É difícil dizer. Às vezes passo os olhos num volume de Marvel Masterworks ou alguém me traz um revista para autografar e topo com uma história de que não me lembrava mais. Então digo: “Uau! Está é uma das minhas favoritas!!!”
Ah, Stan! Assim não tem graça. Eu estava folheando Marvel Masterworks outro dia e vi um história que eu tinha esquecido completamente...
Mas há tantas. Teve uma história do Demolidor. Era sobre um amargurado veterano do Vietnã que tinha ficado cego. Esse sujeito estava encrencado. O Demolidor aparece para ajudar e encorajar o cara. Gosto de história que tenham calor humano e acho que essa em particular, é uma delas. Também teve as três histórias do Quarteto Fantástico que passaram a ser chamadas de A Trilogia do Galactus. Adoro esse nome. Nas minhas palestras em universidades, os alunos diziam: “Falem-nos da trilogia do Galactus”, e eu me sentia importante. Acho que todas as história que escrevi na revista do Surfista Prateado, da primeira à última, foram excelentes. E adorei muitas das revistas do aranha. Na verdade, não posso mesmo dizer qual foi meu gibi favorito. Eu amei todos.  
* Colaborador da Revista Wizard - O Guia dos Quadrinhos / Número 1 - Agosto 1996        
 


      

quarta-feira, 19 de março de 2014

MAD 30 ANOS DE LOUCURA

MAD 30 ANOS DE LOUCURA

A REVISTA MAD COMPLETA TRÊS DÊCADAS NO BRASIL E PARA COMEMORAR A DATA A WIZARD ENTREVISTOU O PRINCIPAL RESPONSÁVEL POR TRÁS DESSE SUCESSO DURADOURO: OTA

*Marco Moretti e Levi Trindade

A mais duradoura publicação de humor do mercado brasileiro completou três décadas de vida em julho. Isso mesmo, faz 30 anos que a Mad aportou em nosso País. Para contar um pouco dessa história, que passou por editoras como Vecchi, Record e, atualmente Mythos, nada melhor que entrevistar o homem que é a “cara” da revista. Pensou em Alfred E. Neuman? Errou. Amigo leitor, prepare-se, pois vem aí Otacílio D’Assunção Barros, o Ota.

Wizard: De quem foi a feliz ideia de trazer a revista Mad para o Brasil?


Ota: As pessoas pensam que a ideia foi minha, mas na verdade quem trouxe a MAD pro Brasil foi o Lotário Vecchi ( o dono da hoje extinta editora Vecchi ). Foi ele quem fez o contato com Gaine ( nota: Bill M. Gaines, o criador da revista nos E.U.A ) e comprou os direitos para lançar aqui. Antes disso, A MAD esteve na mão de várias editoras, mas nenhuma quis lançar, achando que era humor muito americano e não daria certo aqui no Brasil...Aliás,dentro da própria Vecchi houve uma campanha interna contra a publicação , ninguém além de mim, que era o editor de quadrinhos, e do Lotário achava que a revista iria emplacar! Ele resolvia que revistas seriam publicadas , e eu, o que saia dentro delas... Estava começando nessa área, tinha só 20 anos na época. Quando a MAD finalmente saiu no Brasil, foi o maior sucesso, em pouco tempo já estava perto dos 200 mil exemplares e calou aboca de todo mundo. Algum tempo depois, as outras editoras começaram a lançar as imitações!

Em 1974, quando a Mad brasileira surgiu, estávamos no auge da ditadura militar. A revista passou por dificuldades com relação à censura naquela época?


A MAD criticava os costumes, não o regime. Não tinha censura oficial em cima, mas havia uma certa censura interna dentro da editora. Tinha uma mulher que lia as fotonovelas para ver o que podia sair...Ela mandou cortar, por exemplo um cena do número dois, em que Serpico ( nota: o personagem-título do filme Serpico, interpretado por Al Pacino, que foi satirizado nessa edição ) estava com uma mulher na banheira. Mas a rigor foi só isso que aconteceu. Na reedição o quadrinho foi colocado de volta. Fora isso, só mandavam amaciar algum palavrão, e expressões como “babaca “, por exemplo, não podiam ser usadas na época.


Mas alguma coisa teve de ser suprimido naqueles anos por causa da censura?


As vezes o Lotário se metia. Ele achou de mau gosto um quadrinho ( americano ) do Bob Clarke no qual aparecia uma chave de fenda enfiada no traseiro do cara. Ficou “P” da vida, e exigiu que um gerente passasse a ler tudo. Outra vez implicou com o Nani e mandou cortá-lo por causa de um desenho em que apareciam um jogador de futebol ( era o número da Copa ) enrabando o outro. Mas tinha uma tarja censurando em cima. Mesmo assim ele ficou uma arara e mandou reimprimir a edição.


Quem era o responsável pela seleção do material?


Isso sempre fui eu. Aliás, é o que faço até hoje. O critério era o que teria de graça aqui, o que era americano demais era pulado. As sátiras eram escolhidas de acordo com os filmes e seriados que estavam passando na época. Eu podia publicar qualquer coisa que tivesse saído na MAD americana, então tinha 20 e tantos anos de material para escolher à vontade.


Quando a MAD passou a publicar trabalhos nacionais, os editores americanos exerceram algum tipo de controle?


Não. Sempre havia um conceito de que todas as edições internacionais deveriam ter páginas locais. As daqui só começaram quando a revista estava firmada e era um sucesso absoluto. O material nacional, inclusive, passou a ser publicado para suprir a carência de páginas, pois a nossa versão saia 12 vezes por ano, enquanto a americana somente oito. E da americana uns 30% não se aproveitavam, porque eram seriados que não passavam aqui ou coisas que só eram entendidas nos E.U.A. Foi por esse motivo que a revista ficou 50% nacional, e é claro que eu adorei. Só houve problema uma vez, já na segunda série da Record. Tinha aquela capa do Planet Hemp em o Alfred E. Neuman estava cheirando cocaína por um canudinho. Chegou uma carta apavorante dizendo que eles estavam chocados, queriam explicações. Falaram que não podia ter o personagem cheirando cocaína na capa. Por causa disso queriam que eu traduzisse tudo, achando que estávamos fazendo apologia as drogas. Expliquei que Neuman não estava cheirando cocaína , mas sim maconha, e a piada era justamente essa, porque maconha não se cheira, então estava “madisticamente correto“. Falei que a palavra droga aqui significa não somente “entorpecente”, mas tem muito mais o sentido de “coisa ruim”, e que o foco da edição era realmente esse. Então, eles responderam que estava tudo bem, não precisava traduzir, e ficou por isso mesmo.

Esses trabalhos brazucas já foram publicados em outros países?

Hum ... não. Certa vez, conheci o editor da MAD alemã e nós chegamos a ensaiar uma permuta. Ele gostou de uma matéria que eu tinha escrito e foi desenhada pelo Glauco Cruz, mas disse que ia refazer a arte com desenhistas de lá. Em troca poderia usar algo deles  na nossa revista. Mas o que saia aqui era sempre coisa muito específica do Brasil, acho que não faria sentido em outro país.

Dos vários artistas e roteiristas das diversas fases da MAD, quais seus 
preferidos?

Sem dúvida, o Vilmar Rodrigues, que já morreu. Ele inclusive foi o primeiro desenhista nacional da MAD. Também gostava muito da Mariza Dias Costa e claro, sempre o E, que ainda é colaborador até hoje. Eu gosto de trabalhar com o Tako X e o Luciano ( Félix ), que fazem as sátiras.

Qual a seção que você mais curte? O Dave Berg, as piadas do Don Martin, o Spy VS Spy ou as piadinhas marginais de Sergio Aragonés?

Curto todos esses citados, você ainda esqueceu o Al Jafee. Mas o que mais gosto é o Relatório Ota. Não é por ser eu que faço , aliás sempre que está ruim, pois faço com pressa, mas quando releio, morro de rir, porque não imagino como alguém possa escrever possa escrever tanta bobagem de uma vez. Ah e gosto muito Mário (Monroe) do Bill Wray. E é claro o material jurássico do ( Harvey ) Kurtzman que é o melhor de todos sem dúvida.

Como você explica a longevidade da revista no Brasil?

Bom, realmente é um fenômeno. Em edições internacionais, a MAD sempre foi bem em países de língua anglo-saxônica, como Alemanha, Holanda, Dinamarca, Noruega, Suécia e finlandesa, e fracassou retumbantemente nos países de língua latinas. Foi um fiasco na Itália, na França, México e Argentina. Então, o Brasil é um fenômeno, porque é o único país de língua latina onde a revista sobreviveu. Acho que o segredo é como a adaptação foi conduzida . Modéstia a parte, não fiz um mal trabalho...

Houve alguma brincadeira com leitores que gerou confusão do tipo retratação ou processo?

Não, os leitores já escrevem sabendo que vão ser ridicularizados. Eles gostam de sair na Galeria dos Babacas. Ser espinafrado na seção de cartas da MAD é símbolo de status. Nunca houve nenhum processo, embora já tenha havido ameaças de personalidades que foram satirizadas , mas elas desistiram antes de abrir os processos.

O que é pior: uma pergunta cretina ou uma resposta imbecil? Tirando essa é claro.

É para responder essa mesmo?

*Colaboradores da Revista Wizard Brasil- Ano 1- Número 11- Agosto de 2004

               


V de Vingança (2ª Edição)

V de Vingança (2ª Edição)

Publicado em: maio de 2012
Editora: Panini
Licenciador: DC (Vertigo)
Categoria: Edição Especial
Gênero: Alternativo
Status: Edição única Número de páginas: 308
Formato: (17 x 26 cm)
Colorido/Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 24,90
Essa edição está em 757 coleções e é o sonho de consumo de 31 usuários.
Crédito da capa e editor
Arte: David Lloyd
V de vingança
Arco: V de Vingança
Personagens: Evey, V
Roteiro: Alan Moore
Arte: David Lloyd

Publicada originalmente em V For Vendetta n° 1/ - DC Comics, n° 2/ - DC Comics, n° 3/ - DC Comics, n° 4/ - DC Comics, n° 5/ - DC Comics, n° 6/ - DC Comics, n° 7/ - DC Comics, n° 8/ - DC Comics, n° 9/ - DC Comics, n° 10/ - DC Comics


Numa Inglaterra dominada por um regime totalitário, uma figura misteriosa chamada simplesmente V, usando vestimentas e uma máscara que evocam a imagem de um infame personagem histórico britânico, desponta no horizonte como a única chance de que haja liberdade novamente.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Chiclete com Banana # 18

Chiclete com Banana # 18

Por Ricardo Malta Barbeira
Data: 17 março, 2014

Chiclete com Banana # 18EditoraCirco – Revista bimestral
AutoresBrazilian beach – Angeli (roteiro e desenhos);
A cauda do dinossauro – Edi Campana (roteiro e ilustrações);
Hippo-Glós – Angeli (roteiro e desenhos);
A vaca vai pro brejo – Angeli (roteiro e desenhos);
Glamour – Luiz Gustavo (roteiro e desenhos);
Fachadas suburbanas – Luiz Gê (roteiro e desenhos);
Bye Bye Brazil – Laerte (roteiro e desenhos);
Adiós, Glauquito! – Angeli, Laerte e Glauco (roteiro e desenhos).
Preço: NCz$ 1,20 (valor da época)
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Abril de 1989
Sinopse
Revista bimestral de humor que contava com trabalhos de vários quadrinhistas e ilustradores brasileiros.
Positivo/Negativo
Editada por Angeli e Toninho Mendes, a Chiclete com Banana foi uma publicação que marcou época nos anos 1980, principalmente por trazer em suas páginas uma geração de artistas talentosos, que viria a fazer um retrato de um novo Brasil que surgia naqueles anos que se seguiam ao fim da ditadura militar (1964-1985).
Por sinal, a primeira história da edição, Brazilian beach, já faz referência ao tema, ao mostrar um clube de ex-ditadores que tomam o País de assalto.
No entanto, o mix da revista era bem mais variado do que isso, ao ter conto ilustrado de Edi Campana, algo parecido com uma fotonovela – estrelando o ator Ari França –, HQ de Luiz Gustavo e tiras de A vaca vai pro brejoOs Skrotinhos e Hippo-Glós, este último um personagem hipocondríaco de Angeli inspirado no diretor de teatro Cacá Rosset.
Fora isso, ainda havia o suplemento JAM (Jamais Amei Mamãe), que trazia de tiras e ilustrações de artistas diversos a bem-humoradas análises de produtos de consumo – neste número, a pesquisa é a respeito de absorventes femininos – e tirações de sarro de tudo e de todos.
Nesse último quesito, este número consta com uma das mais lembradas pelos leitores da época, os 50 motivos para detestar o Rio de Janeiro, do Visconde da Casa Verde.
JAM trazia colaborações de Fabio Zimbres, Newton Foot, Glauco Mattoso, Laert Sarrumor, Roberto Piva, Marcatti, Lonza, Líbero, Celso Singo, Eddy Teddy, Reinaldo, Luiz Gê, Milton Trajano e outros.
Para fechar a revista, uma das muitas histórias memoráveis de Laerte daquele período: Bye Bye Brazil.
Nesta primeira parte (de um total de três) da HQ, Paulo Nunes Feitosa, vulgo Paulinho Pentelho, resolve ir embora do País e, numa espiral de crimes e acasos, acaba por ajudar a fundar, poucos anos depois, a República Islâmica do Brasil. É daquelas pequenas preciosidades que quem leu jamais esquece.
Por fim, na quarta capa, Angeli, Laerte e Glauco assinam em conjunto mais um capítulo da saga de Los 3 Amigos.
Foram muitas as revistas nacionais de humor que surgiram e desapareceram com o passar dos anos, mas a Chiclete com Banana foi, com certeza, uma das mais marcantes, precisamente pela impressionante criatividade e qualidade de seus criadores e colaboradores.
Vale lembrar que naqueles tempos havia outros títulos similares nas bancas, como Piratas do TietêGeraldão e Níquel Náusea. Por isso, pode-se admitir que o leitor brasileiro tinha, sim, do que reclamar, mas também tinha muitos motivos para rir.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Mundo dos quadrinhos ao alcance de todos

GIBITECA HENFIL - AM

Mundo dos quadrinhos ao alcance de todos
Funcionando no Espaço Cultural Ziraldo Alves Pinto, no Centro de Manaus, a Gibiteca Henfil oferece acesso gratuito a obras que marcaram várias épocas no mundo das HQs.

*Jony Clay Borges
Para muitas crianças e jovens- e alguns adultos-, o paraíso deve ser algo como uma sala cheia de revistas e gibis de seus heróis, desenhistas e autores preferidos, e onde seus amigos podem se reunir para falar das histórias em quadrinhos. Certo, o paraíso pode não ser só isso, mas esse existe aqui mesmo na Terra: trata-se da Gibiteca Henfil, que funciona na Escola Oficina de Artes Jack’s Cartoon, no Centro.

Única coleção de quadrinhos aberta ao público na cidade, a Gibiteca Henfil tem um acervo de mais de 2 mil obras de todos os gêneros, das revistas de super-heróis , como o Homem Aranha de Stan Lee,às HQs alternativas e underground, como “ Sandman”, de Neil Gaiman. Os exemplares ficam a disposição dos alunos da escola e do público em geral no horário comercial, das 8h às 18h.






A iniciativa de disponibilizar tal acervo foi do cartunista e chargista Jack Cartoon. No final de 2003, ele abriu a Escola Oficina de Arte Jack’s Cartoon, mesmo espaço onde funcionam a Gibiteca Henfil e o Espaço Cultural Ziraldo Alves Pinto – nomes dados em homenagem a duas grandes personalidades do quadrinho brasileiro. A gibiteca começou a partir da coleção particular de Jack.



“Coleciono desde os anos 70. Guardava muitos álbuns da Turma da Mônica ,Disney e da Marvel e DC Comics. Sempre que tinha oportunidade eu comprava quadrinhos”, afirma o cartunista, que revela gostar de compartilhar com os outros as coisas de que admira. “ Há outras pessoas que tem coleções, mas privada. Eu faço questão de abrir ao público”.
Fã de quadrinhos desde a infância e comprador de HQs até os dias de hoje, Jack atribui muita importância à arte seqüencial. “Uma pessoa que passa a ler quadrinhos passa a refletir, questionar”, acredita  ele.





Biblioteca de Gibis
Jack conta que, inicialmente, resolveu abrir a gibiteca pelo interesse dos alunos da oficina. “Mostrei para eles conhecerem um pouco dos quadrinhos contemporâneos e dos anos 60,70 e 80”, lembra ele, acrescentando que a intenção também era a de organizar e permitir o acesso a sua coleção.
“Foi uma realização minha, ter meu material organizado e aberto”, declara o artista. Ainda assim, ele revela ter muito ciúme de seus quadrinhos. “ Empresto para meus alunos, mas apenas porque antes de iniciar as aulas, ele é “fichado”, como dizemos aqui,” brinca.
Dentro da Jacks Cartoon, a gibiteca se resume a uma estante repleta de histórias em quadrinhos, na entrada de uma sala com mesas e cadeiras. Segundo Jack , o espaço funciona como uma biblioteca qualquer. “As pessoas chegam, preenchem uma ficha, me dizem os gêneros de que gostam mais e eu levo alguns exemplares.”  

Em busca de doadores
Além de adquirir periodicamente muitos títulos em quadrinhos e revistas, Jack Cartoon também conta com doações para incrementar o acervo da Gibiteca.

A última delas foi feita por um senhor, que doou ao local 88 títulos. Quem estiver interessado em contribuir pode visitar a Gibiteca Henfil, na rua 24 de maio, 590 A, no centro, ou ainda entrar em contato com o cartunista pelos telefone ( 9281 – 4004 / 3234 – 1434 )
E-mail: jackdesenho@gmail.com

Na minha Oficina de Arte , eu ensino o desenho, a pintura, a leitura, o companheirismo e o entrosamento entre os alunos”, declara Jack Cartoon, que abriu sua oficina de artes com o desejo de compartilhar seu conhecimento em desenho. Na Jack’s Cartoon, o artista ministra oficinas de Desenho Japonês ( Mangá ), História  em Quadrinhos, Cartum, Caricatura , Charge e Desenho Artístico, entre outras, voltadas para adultos, jovens e crianças, a partir de 8 anos de idade.

Uma arte sem tempo
A estante das Gibiteca Henfil guarda diversas obras importantes do segmento de humor e quadrinhos , algumas delas até raridades. Entre estas, estão exemplares do anárquico periódico “O Pasquim “ e as edições brasileiras da revista “Mad”, ambos dos anos 70.  O primeiro foi um ícone da crítica política e social por meio do humor, enquanto o segundo marcou pelas suas sátiras ao comportamento e à produção televisiva.
Jack Cartoon conta que procura adquirir títulos de vários gêneros, para abranger todos os gostos. Uma das obras que fazem mais sucesso entre os freqüentadores adultos da gibiteca , segundo Jack, é a graphic novel “ Wolverine – Origem “, de Paul Jenkins e Andy Kubert ( vencedora do Prêmio  HQ Mix 2002 como Minissérie Estrangeira ).
Outro segmento importante da gibiteca são os quadrinhos nacionais. Como não poderia deixar de ser, aí se incluem os clássicos de Henrique  de Sousa Filho, o Henfil, que dá nome ao espaço. Dele, o acervo  tem “ Hiroshima, meu Humor ” e o popular “ Fradim “. Para os adultos, vale a pena conhecer também a obra erótica de Carlos Zéfiro – seus “catecismo”, que faziam sucesso entre a juventude que hoje está na meia-idade.    

*Reporte  do Jornal A Crítica ( Manaus, quarta-feira, 19 de janeiro  de 2005 )